quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A Lotação da Acessibilidade e a Inclusão Social

Zerolândia de hoje (n. 16547, p. 56) apresenta a matéria "Capital ganha lotações especiais", relatando a estréia dos primeiros veículos do tipo táxi-lotação com espaço para cadeirantes, elevador de acesso e colunas táteis para pessoas com deficiência visual. O resumo da notícia pode ser conferido no seguinte link: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a3151097.xml

Porto Alegre já utiliza ônibus com plataformas há muitos anos, tornando a cidade uma referência no Brasil em termos de acessibilidade. O fato relevante é que o sistema só foi implantado agora em táxi-lotações por causa do Copa do Mundo de 2014. Bizarro! Zerolândia e outros sites que visitei omitem a reflexão profunda sobre o recém solucionado problema e o alcance do serviço, já que a lotação tem o valor mais elevado que o coletivo. O site do Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=50113&codp=104&codni=3) coloca o pronunciamento do Prefeito José Fortunati: "Não adianta pensarmos na Copa do Mundo em 2014 e deixarmos de lado detalhes como estes de inclusão social, que possibilitam maior acessibilidade a todos os cidadãos". É sempre bom lembrar que no ônibus o deficiente tem insenção de tarifa, conforme texto no site da EPTC (http://www2.portoalegre.rs.gov.br/eptc/default.php?reg=1&p_secao=200), isto não se aplica as lotações:

"Têm direito ao passe gratuito nos ônibus os portadores de deficiência auditiva, física, mental ou visual permanente, doentes de HIV em tratamento e menores vinculados à FASC. Para saber detalhes de como encaminhar seu Passe Gratuito, entrar em contato com as instituições."


O grande ponto que quero destacar reside exatamente nas políticas de acessibilidade que visam a inclusão social, como grifei na fala de Fortunati. Se estamos abrindo a ferramenta para lotações deveríamos discutir questões sobre isenções para deficientes como acontecem nos ônibus. A chegada dos novos equipamentos é um fato de destaque, mas um ponto importantíssimo é como pessoas sem condições financeiras podem usufruir do equipamento nas lotações (já que pertencem ao sistema de transporte público de Porto Alegre). Somente assim pode-se falar em inclusão social.

Um comentário:

  1. Daqui a pouco vai sugerir meia tarifa na lotação pra estudante também? E no taxi?
    Quem tem auguma deficiência e não tem forma particular de se locomover já possui uma alternativa no transporte público. Tem que se pensar é em aumentar a frota de ônibus. E quanto aos passes gratuitos e meia passagem, isso acaba caindo pesado no bolso do trabalhador. O trabalador então cansado do transporte superlotado e caro, acaba comprando um carro. Esse carro acaba ajudando a piorar o transito da cidade. Aí culpam quem anda de carro, se esquecendo do motivo pelo qual o mesmo não utiliza o transporte público.
    Só entendo que quando se quer fazer uma reflexão tem que se ver todos os lados da sociedade. Os beneficíados e também quem acaba pagando por isso. Chega de coitadismo.

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