quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Whatever Works (2009)


Tudo Pode dar Certo (PT/BR)
Este é um filme que mostra como Woody Allen ainda pode fazer comédias boas e reflexivas. Esqueçam o besteirol forçado apresentado por ele no final dos anos 90 já que aqui o humor mais intelectualizado volta com tudo. Boris (interpretado pelo antológico Larry David) é um dos personagens mais complexos já criados pelo cineasta, sendo ele um super pessimista que vê o resto da humanidade como intelectualmente inferior. É interessante a característica altamente desoladora que o protagonista tenta apresentar ao espectador, de uma maneira literal já que existem diálogos voltados para o público, mas dentro dessa onda negativa surge sempre alguma esperança escondida. E a obra ainda tem um sarcasmo enorme que critica diversas instituições sociais.

A Obra do Woody: Vicky Cristina Barcelona (2008)

Filme bem legal naquela típica onda de Woody Allen em criar relacionamentos amorosos diferentes e com pessoas neuróticas. Podemos qualificar a obra como uma típica comédia do cineasta, só que esta tem uma certa singularidade perante outros trabalhos de tempos passados. Podemos perceber que alguns personagens tem transtornos sentimentais caricatos, mas em nenhum momento eles perdem a dose de realismo necessária na composição e envolvimento da história. Vicky ainda aborda de uma boa maneira o uso de dois idiomas (espanhol e inglês) demonstrando um roteiro primoroso.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Cassandra's Dream (2007)

O Sonho de Cassandra (PT/BR)
Filme simplesmente foda! Woody Allen volta a destilar seu lado pessimista em um drama pesado sobre até que ponto as pessoas podem agir e as consequências de suas atitudes. A grande aflição da história reside no fato de dois irmãos, um com sonhos para mudar a vida e o outro com dívidas de jogo, aceitarem uma proposta de cometerem um homicídio em troca de auxílio financeiro oferecido pelo tio. O tom de tormento psicológico e o clima de suspense (criado através de uma ótima trilha sonora) deixam o espetador aflito nas cenas finais de uma maneira muito interessante. Cassandra é um título imperdível para quem gosta de uma historia bem construída e angustiante.

A Obra do Woody: Scoop (2006)

Scoop - O Grande Furo (PT/BR)
História que mistura estilo policial com humor. O filme é simplesmente bobo, só o trecho final apresenta algum ingrediente interessante. Até o lado sobrenatural da obra soa bem cansativo e fraco. Para destacar, o personagem de Woody Allen (Sid Waterman) é um dos mais carismáticos já feitos pelo cineasta.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Match Point (2005)


*Filme assistido em 2010
Match Point é uma filme revigorante na carreira de Woody Allen. Após uma sequência de obras menores que apostavam em um humor um pouco cansativo, fase esta iniciada desde o lançamento do fraco Celebridades em 1998. Aqui o cineasta faz uma surpresa ao apresentar um drama diferenciado, onde a temática do acaso é elencada através de diversas reviravoltas na trama. A obra apresenta uma história de traição muito incomoda, já que lida com sentimentos profundos provocados pelas duas mulheres (esposa e amante) e no fato do protagonista ser um sujeito que apenas aproveita-se das pessoas. Nem preciso falar que é uma obra altamente recomendada.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Melinda and Melinda (2004)


Melinda e Melinda (PT/BR)
Interessante construção calcada em uma história que é contada por dois narradores, sendo que um representaria a tragédia e a outro a comédia. Allen busca apresentar uma análise sobre qual ponto de vista a vida pode ser encarada, demonstrando bem como foi sua carreira, atentando temas sobre a angústia existencial com humor. O filme é legal por ter este lado inovador, mas alguns trechos ficam confusos, deixando-o um pouco cansativo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Anything Else (2003)

Igual a Tudo na Vida (PT/BR)
Outro filme bem mais ou menos na carreira de Woody Allen, sendo que o cineasta é uma espécie de anexo dentro da trama, salvando-a com suas frases e filosofias de vida. O protagonista (interpretado por Jason Biggs) não agrada com a sua atuação pouco inspirada, talvez por isso as falas com o espectador funcionem melhor do que a maioria dos diálogos. Talvez a única vantagem desta obra é a de explorar um pouco o niilismo que Allen tanto gosta.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Hollywood Ending (2002)

Dirigindo no Escuro (PT/BR)
A história de uma super produção cinematográfica onde o diretor acaba ficando cego durante toda a sua produção e filmagem. Allen traça novamente uma obra que deve refletir muito em sua vida, com uma crítica para Hollywood. O filme é engraçado mas acaba, novamente, perdendo o fôlego no desenrolar do enredo através de várias piadas forçadas. A película engana pois faz o espectador pensar que ela seguiria uma onda como dos antigos filmes, calcados em diversas referências e com o humor "mais discreto", mas ao final, acaba sendo bem melhor que os dois trabalhos anteriores (O Escorpião de Jade e Trapaceiros).

A Obra do Woody: The Curse of the Jade Scorpion (2001)

O Escorpião de Jade (PT/BR)
Filme bem leve de Allen. Uma história policial misturada com o suposto romance entre duas pessoas que se odeiam. Também tem o característico toque de humor, mas como acontece em Os Trapaceiros, a comédia aqui não chega perto de outras obras de décadas passadas do cineasta. Penso que Escorpião de Jade é uma película não muito inspirada, já que quando pensamos em Woody Allen, temos em mente alguns características marcantes. Uma obra apenas razoável.

A Obra do Woody: Small Time Crooks (2000)


Trapaceiros (PT/BR)
Comédia estilo pastelão protagonizada e dirigida por Woody Allen. A história é sobre um grupo de assaltantes burros que acabam se dando bem ao criar franquias de uma loja de biscoitos. O filme é engraçado de uma maneira um pouco mais simples que o usual, ao fazer uso de piadas mais diretas. Uma pena só que esse ritmo não consegue manter-se durante toda a obra, mas vale a pena para dar umas boas gargalhadas.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Sweet and Lowdown (1999)

Poucas e Boas (PT/BR)
Obra feita no formato de documentário para contar a história de um guitarrista de jazz no início do século 20. O filme é muito bem executado, sendo que muitas vezes as entrevistas tem um tom realista de programas televisivo. O personagem principal, Emmet Ray, é interessante com todo o seu egocentrismo e amor dedicado à música, conseguindo sair um pouco do padrão de protagonistas calcados na personalidade de Allen. A película acaba sendo uma obra diferenciada na careira do diretor.

A Obra do Woody: Celebrity (1998)


Celebridades (PT/BR)
Típica obra intermediária de uma filmografia. Você sabe, tudo segue em um ordem bem correta com ótimo atores, mas fica somente nisto. Falta sal. O foco da história reside na separação de um casal, onde o homem busca novas aventuras entrando no mundo das "celebridades".

sábado, 20 de agosto de 2011

Filmes que assisti em 2011: Volver (2006)


Segredos podem perseguir e amaldiçoar pessoas durante toda a vida, tornando o passado uma imagem de constante desolação que persegue o indivíduo em seu íntimo. Almodóvar trabalha com isto de uma maneira espetacular, tornando o espectador um cúmplice das historias cruzadas de seus personagens. Volver mostra uma trama desenvolvida praticamente por mulheres, onde a figura masculina tem um papel perturbador e torna-se a gênese dos problemas. Talvez este seja um dos filmes em que o cineasta destrincha profundamente a psique feminina. Eu achei bem interessante o mergulho que a narrativa propõe junto com a maravilhosa fotografia de cores saturadas.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Deconstructing Harry (1997)


Desconstruindo Harry (PT/BR)
Talvez uma das obras mais espetaculares de Allen. Harry é permeado por um humor quase infame que conta a história de um escritor e seus personagens (reflexos das pessoas que conviveram com ele). A obra tem uma boa influência do clássico Morangos Silvestres do Bergman, sendo que aqui o cineasta destila com um vigor impressionante metalinguagem, reflexões filosóficas e suas típicas piadas. Vale ressaltar que a narrativa assemelha-se em muito com o estilo literário de vários contos publicados em livros como o "Sem Plumas" e "Cuca Fundida". Simplesmente obrigatório assistir este filme para entender bem o universo de Woody Allen.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pela Vontade de Vagar Sem Rumo

A cidade e seus recantos constituem a paisagem urbana onde o homem constrói suas interações. Por isso valorizo os momentos em que posso simplesmente vagar pelas ruas observando a realidade social da maneira mais pura e latente. Notar a sociedade que nos cerca deveria ser uma atividade primordial. Mas criamos uma blindagem. Acreditamos na realidade que a imprensa nos vende diariamente com suas histórias e personagens selecionados, criando um imaginário popular fabricado. Não podemos cair na tentação de assimilar as realidades sociais pelos olhos manipuladores de terceiros. A realidade está viva nas ruas e perante nossos olhos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Everyone Says I Love You (1996)


Todos Dizem Eu Te Amo (PT/BR)
Talvez um dos piores filmes já escritos e dirigidos por Woody Allen. Uma comédia-romântica-musical bem fraca e recheada com um elenco invejável. O enredo tem muitas partes fantasiosas, mas não agradam e transparecem momentos bregas. Podemos salvar alguns poucos trechos através dos diálogos interessantes, mas esta obra é uma das mas descartáveis do autor. Também serve para lembrar como Allen já havia feito tomadas em Paris.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Futebol e Mídia

O futebol debocha da nossa população com apoio da grande mídia. Não exite marketing mais letal do que o do meio futebolístico, onde temos horas de programas dedicados a discutir bobagens sobre jogadores e clubes milionários. Enquanto torcedores perdem seus salários pagando ingressos com preços exorbitantes em um local onde é maltratado e muitas vezes sem a estrutura compatível com o volume de público. A alienação midiática é latente, fazendo pessoas agredirem-se por causas enfadonhas, tudo isto já que a imprensa elevou o esporte para um nível tão alto que o indivíduo ama mais o time do que cônjuge, parentes, filhos ou amigos. Nessa cegueira seguimos dedicando nosso capital, tempo e vida achando que a agremiação nos trará felicidade e a sensação de conquista. Outro simples truque dos nossos meios de comunicação na missão de deixar-nos alienados.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Mighty Aphrodite (1995)

Poderosa Afrodite (PT/BR)
Outro filme que demonstra como Woody Allen não é um cara óbvio. A história é marcada pela adoção de uma criança, este com o passar do tempo mostra-se superdotado, fazendo com que o marido procure a mãe da criança secretamente. Ao fazer isto acaba deparando-se com Linda Ash, uma prostituta e ex-atriz pornô. A comédia tem várias tiradas geniais e bem sacanas, mas o que chama a atenção é o coral grego que acompanha o enredo, fazendo uma interessante narrativa e até mesmo diálogos com o protagonista. É claro que este recurso fica cansativo no decorrer do filme (principalmente nas canções) mas acaba transparecendo uma boa experimentação. Poderosa Afrodite é uma obra com um gosto fantasioso bem suave e interessante para o espectador, criando assim uma boa ambiência para companhar histórias que teriam tudo para serem trágicas.

A Obra do Woody: Bullets Over Broadway (1994)


Tiros na Broadway (PT/BR)
Um frustado roteirista de teatro recebe apoio de um mafioso para produzir sua peça, mas em contrapartida ele deverá colocar a mulher do gangster (que não tem talento) como uma das estrelas. Esta é a base para a divertida história em que Allen destrincha a ambição das pessoas em serem reconhecidas. O filme tem ótimas atuações mas com uma quantidade menor dos clássicos diálogos existencialistas do autor, criando uma película bem honesta e acessível dentro de sua filmografia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Manhattan Murder Mystery (1993)


Um Misterioso Assassinato em Manhattan (PT/BR)

Investida de Allen no gênero policial. A trama lembra um pouco o que Hitchcock propunha em seus filmes, onde um personagem tem desconfiança sobre a veracidade de determinado fato, no filme trata-se do inesperado falecimento da vizinha do casal protagonista. A obra não tem grandes diferenciações no estilo que o cineasta já havia proposto em décadas passadas, mas o interessante é o "ar nostálgico" propiciado pela volta de Diane Keaton.

A Obra do Woody: Husbands and Wives (1992)


Maridos e Esposas (PT/BR)
Outra obra que fala sobre os problemas do relacionamento na vida a dois. Aqui a história tem seu início com a declaração de um casal de amigos que está separando-se, fato este que culminará em diversas reações de Gabe e Judy Roth (Woody Allen e Mia Farrow). O filme tem uma interessante construção ao fazer suas cenas com câmera na mão e algumas tomadas como entrevistas documentárias. Nota-se aqui que Allen tentou fazer uma inovação estética que acabou de bom agrado, apoiada em um enredo engraçado e interessante.

domingo, 7 de agosto de 2011

Rabiscar e Marcar

Hoje peguei O Pequeno Príncipe para reler. Estava aqui perdido pela casa, na verdade, trata-se de uma edição que está emprestada há anos, mas o dono ainda não veio pegar. E que boa leitura para se fazer em um domingo. Tanto que até me atrevi a fazer algumas marcações, com lápis, em determinados trechos. Falo isto já que sou muito purista com os meus livros e quase nunca gosto de deixá-los marcados. Talvez por causo disso fica evidente o meu gosto pela Biblioteconomia, onde o material deve ser preservado para não prejudicar leituras futuras.

Só que o ato de ler é tão fascinante e íntimo, que acabamos não agüentando em passar os olhos por tantas idéias e rabiscamos frases e parágrafos. O livro torna-se um pedaço de nosso pensamento cristalizado através das anotações, mostrando a reflexão mais profunda perante as provocações do autor. Por isso, folhear um livro usado ou de uma biblioteca e se deparar com alguns rabiscos é quase como uma pornografia protagonizada por leitores anônimos.

Filmes que assisti em 2011: Hable con Ella (2002)


Fale com Ela (PT/BR)
Almodóvar em Fale com Ela cria uma triste história baseada no amor de homens por mulheres em estado vegetativo. A indiferença das pacientes beira ao desespero, mas é encarada de maneira diferente por cada personagem. Benigno é um enfermeiro que nutre um amor platônico pela bailarina Alicia,enquanto Marco se vê cético com o estado irreversível de sua namorada Lydia.
A trama sozinha já é muito interessante, só que o diretor recheou a obra de construções diferenciadas. Os personagens, que são muito bem interpretados, apresentam uma constante dualidade de sentimentos e atitudes, como o fato dos homens apresentarem um sentimentalismo quase feminino. A fotografia é novamente primorosa com suas combinações de cores. Outro detalhe são as performances teatrais que recriam simbolicamente as expectativas do personagens, tornando Fale com Ela um filme primoroso.

sábado, 6 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Shadows and Fog (1992)


Sombras e Nevoeiro (PT/BR)
Obra com direção e atuação de Allen sendo um interessante filme de suspense misturado com comédia. O local onde tudo se desenrola é durante uma noite obscura, sem nenhuma citação geográfica ou de período histórico. A trama acontece quando moradores do vilarejo se juntam em um grupo para caçar um assassino que ataca em noites com neblina. O grande barato é a fotografia maravilhosa em preto e branco que recria com um brilhantismo único a tensão no ambiente. Outro destaque é o fato da película apresentar boas tiradas humorísticas sem comprometer o resultado final da trama como um todo, tornando Shadows uma obra bem diferenciada.

PS.: O filme é baseado na peça "Morte (Peça em um Ato)" do livro Sem Plumas lançado em Woody Allen em 1975.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Foto do dia 05/08/2011

Yashica 35MF. Uma câmera 35 mm com fotômetro e modo automático funcionando, uma ótima pedida :D

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Scenes From a Mall (1991)



Cenas de um Shopping (PT/BR)
Filme muito ruim em que Woody Allen é o protagonista junto com Bette Midler. A história resume-se no fato de um casamento praticamente perfeito se desmanchar no dia em que o marido conta que cometia adultério. A obra é totalmente deslocada do que pensamos sobre Allen, já que seu personagem não tem o humor e os diálogos existencialistas característicos de suas outras obras (lembrando que este filme é dirigido por Paul Mazursky). Sem contar, que é muito estranho uma película tão "americanizada", com toda a exaltação do estilo capitalista. O diretor tentou adicionar um tom crítico, mas não passou de uma simples bobagem calcada em uma fotografia altamente manjada e com enredo repetitivo.

Filmes que assisti em 2011: Hauru no Ugoku Shiro (2004)


O Castelo Animado (PT/BR)
Outra bela animação do mestre Hayao Miyazaki. Temos a critica contra as guerras através de um humor sútil, onde os conflitos são causados por bruxas. O mundo que o diretor cria é deslumbrante com criaturas fantásticas, permeadas por um traço muito bonito e com aspecto antigo. É legal notar também como a história principal é muito bem mesclada com o aspecto social que a obra propõe, fazendo uma boa harmonia para o desenvolvimento da trama