domingo, 31 de julho de 2011

A Obra do Woody: Alice (1990)


Simplesmente Alice (PT/BR)
Filme com temática fantasiosa sobre um uma mulher da alta sociedade que se vê em um dilema pessoal ao começar a gostar de um músico. Simplesmente Alice é um pouco chato, tem uma comédia que não se destaca e acaba caindo mais para o drama. Woody Allen fez ótimas histórias que contém passagens imaginárias, mas nesta obra ele erra a dose, apresentando alguns trechos bem bregas. Mas sempre tem um diálogo ou cena que salvam a obra como um todo, mas em se tratando do diretor, eu esperava muito mais.

A Obra do Woody: Crimes and Misdemeanors (1989)



Crimes e Pecados (PT/BR)
Jogo de histórias muito bem pensadas onde Woody Allen atua e dirige. Esta obra trabalha com a vida de uma oftalmologista bem sucedido que vive o drama das investidas de sua amante, do outro lado, temos o caso de um documentarista que está fazendo uma obra sobre a carreira de seu cunhado (que ele odeia) lá acaba apaixonando-se pela produtora. As histórias correm em separado, e ao final, existe uma maravilhosa junção. Crimes e Pecados tem uma teoria filosófica magnífica aplicando com brilhantismo reflexão sobre o papel do homem perante o mundo e suas atitudes como formadoras do caráter.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: New York Stories (1989)


Histórias de Nova Iorque (PT/BR)

Um filme com três histórias distintas, cada uma dirigida por um dos grandes cineastas americanos: Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Woody Allen. A análise da obra acaba por ser feita através da divisão por capítulos, já que cada um é uma amostra distinta desta compilação.

O primeiro é Life Lessons dirigido por Scorsese. Apresenta a história de um pintor que é apaixonado por sua assistente, mas ela não quer mais saber do relacionamento e pretende largar a pintura e voltar para a sua cidade natal. Essa história é interessante com tomadas bem legais, mas tem na trilha sonora oscilando entre boa e ruim, o que atrapalha um pouco. Mas o enredo as vezes pega um tom meio brega.

Life Without Zoe é dirigido por Coppola e tem o roteiro feito em parceria com a sua filha, e futura cineasta, Sofia Coppola. Esta é disparada a obra mais chata entre as três, apresenta a história de uma garota rica e a reaproximação de seus pais. O enredo é realmente para sair um pouco da seriedade e apresenta um humor bem sutil, mas realmente não me agradou.

Terceiro e último é o Oedipus Wrecks de Woody Allen. Aqui temos o cineasta atuando com a volta do seu humor peculiar (já que estava fazendo uma sequência de dramas na época). A história de um homem que é atormentado pela sua mãe que acha que ele não deve se casar com a atual noiva. Esse daqui é o mais interessante entre os três, com as tiradas inteligentes misturadas com um pouco de crítica social.

Filmes que assisti em 2011: Mujeres Al Borde De Un Ataque De Nervios (1988)


Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (PT/BR)

Filme do Almodóvar que me lembrou muito o estilo do Woody Allen ao misturar drama com comédia. A história é bem bacana onde um cara altamente cafajeste cria todo um ciclo de confusões em torno de 2 mulheres (mulher e amante). O legal é a maneira outros personagens centram-se até que suas histórias se unam, tipicamente aquela faceta de encontros e desencontros. Novamente deve-se destacar a maravilhosa fotografia preenchida por cores super vivas, um espetáculo!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: 1,99 - Um Supermercado Que Vende Palavras (2003)



Filme do brasileiro Marcelo Masagão que é um grande crítica para o consumismo de nossa sociedade. A história é situada quase que integralmente em um supermercado onde os produtos são brancos com frases afixadas em cada um. Com isto, o diretor cria a mensagem toda através de simbolismos sem nenhum tipo de fala entre os atores, tornando a narrativa executada através de frases em produtos e em lugares específicos. Obviamente estamos falando de uma película que tem como característica uma fuga da visão tradicional de cinema, mas só que a louvável mudança acaba por ser extremamente cansativa. Talvez a obra seria mais feliz se fosse concebida como um curta e a trilha sonora deveria ser revista, já que em alguns momentos ela fica insuportável. Creio que Masagão deve ser um cara realmente interessado em apresentar uma narrativa diferenciada e reflexiva, como fez muito bem no ótimo Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos, mas em 1,99 ele errou a dose.

A Obra do Woody: Another Woman (1988)



A Outra (PT/BR)

Trama altamente psicológica elaborada por Woody Allen, em um período que o autor começa a deixar totalmente de lado o humor. A história é centrada na figura de Marion, uma mulher bem sucedida mas que tem problemas com seu passado individualista perante seus conhecidos. Ela começa a fazer uma grande reflexão da vida quando começa a ouvir as depressivas confisões de uma grávida, Hope, no consultório ao lado de seu apartamento. O filme tem um tom bem intimista e até perturbador, já que a busca da reavaliação de velhos erros acaba trazendo um tormento emocional para a protagonista.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: Persona (1966)



Quando Duas Mulheres Pecam (PT/BR)

Uma das obras mais emblemáticas da carreira de Ingmar Bergman, contada através da estranha história de uma atriz que fica muda e da enfermeira que cuida dela. Persona é um denso estudo psicológico sobre o passado como uma armadilha aterradora, que incomoda as personagens. O grande ponto da obra é a característica quase desafiadora ao espectador de delimitar a realidade que é apresentada. Bergman cria passagens que nos questionam até que ponto seria um fato verídico ou uma grande alucinação derivada da narrativa centrada na enfermeira Alma.
O filme possui uma fotografia incrível, delimitada por um estudo de luzes e sombras simplesmente primoroso. O visual além de espetacular, apresenta experimentações interessantes, com colagens de imagens que a um primeiro momento surgem como símbolos deslocados de um contexto. Esta obra apresenta diversos simbolismos que fazem que uma simples assistida não atribua todos os significados que o diretor aplicou na obra, já que podemos pensar Persona quase como um filme "cru". E confesso que ainda não entendi tudo sobre ele.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Jardim Botânico de Porto Alegre



Fico arrependido de não ter ido antes para um lugar tão magnífico. O Jardim Botânico é um recanto maravilhoso que abafa o som da loucura dos carros e da rotina, criando uma atmosfera tranquila e acolhedora.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: Metropolis (1927)

Clássico absoluto do cinema esta obra do alemão Fritz Lang. A narrativa é baseada na história de um futuro altamente desenvolvido pela tecnologia onde uma única pessoa detém os meios de produção. Abastados habitam a superfície de um planeta com naves, ruas e grandiosos edifícios, enquanto que o subsolo é destinado para os simples trabalhadores que servem unicamente para manter o funcionamento das máquinas industriais.
O visual realmente demonstra o fato de Metropolis ser um pérola, já que explorar efeitos gráficos avançados para a década de 20. Atores participam de movimentos mecânicos nas gigantescas máquinas do complexo industrial, criando uma simetria fria e permeada por uma crítica social interessante. A história contestadora por si só já colocaria a obra como um divisor de águas, mas toda a estética que é usada (que passa também pela impecável trilha sonora) tornam um referencial absoluto da sétima arte.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Obra do Woody: September (1987)


Setembro (PT/BR)

Um drama dirigido praticamente como uma peça de teatro por Woody Allen. Trabalho este que lembra muito o estupendo Interiors lançado em 1978, mas com a diferença de que em Setembro a trama acontece dentro de uma casa de verão. O clima é totalmente inspirado na obra de Ingmar Bergman e apresenta poucos personagens em conflitos distintos entre si, em um período de cerca de 24 horas. As atuações são fenomenais e o espaço temporal é retratado através de jogos de luzes conforme o período do dia. O detalhe é que a obra é um tanto parada demais, sendo assim, ela pode cansar fácil (mesmo tendo pouca duração). Mas eu achei bem interessante.

A Obra do Woody: Radio Days (1987)


A Era do Rádio (PT/BR)

Uma obra em que Allen traça a importância do rádio na vida dos estadunidenses durante a Segunda Guerra. O filme desenvolve-se sob perspectiva de uma narrador (a voz do Woody) durante sua infância. A narrativa fica um pouco confusa, já que ela não presa por uma linearidade e desloca-se entre participações de diversos personagens. Mas o que realmente deixa a obra fascinante é como ela retrata , de forma muito bem humorada, o fascínio imaginativo que o rádio proporcionava em uma época ainda sem muitos televisores espalhados pelo mundo.

domingo, 17 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: 9 1/2 Weeks (1986)


9 1/2 Semanas de Amor (PT/BR)

Esperava bem mais desse filme, já que a trama que em um primeiro momento parece interessante, acaba tornando-se em um jogo brega de sedução. Atuações toscas e aquele ar de produções padrões do cinema americano de 1980. O interessante é a sequencia final.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: La Notte (1961)



A Noite (PT/BR)

Outro clássico do diretor italiano Michelangelo Antonioni. É muito interessante como a história habitua o isolamento entre o casal que protagoniza a obra, com poucos diálogos e frieza entre si. No mais, novamente aqui é retratado o vazio existencial de pessoas na sociedade moderna, onde o sentimentalismo é sublimado. O inconveniente é que muitas vezes o filme apoia-se muito no "silêncio" deixando-o um pouco cansativo para o espectador.

Filmes que assisti em 2011: Todo Sobre Mi Madre (1999)


Tudo Sobre Minha Mãe (PT/BR)

Obra estupenda de Almodóvar. Tudo Sobre Minha Mãe é agoniante e realista, tendo como ponto principal a busca de um filho sobre o seu passado, até que uma fatalidade interrompe sua vida. Com isto, somos transformados em terríveis testemunhas do tão sonhado mergulho na história do finado personagem através de sua mãe.
Interpretações fantásticas deixam o filme com um ar sublime. Sentimos todos os dramas dos personagens de uma maneira muito verdadeira. Entendo o fato do diretor saber lidar com a psique feminina, principalmente em relação ao lado maternal. Outro ponto que não posso deixar de citar é a fotografia, simplesmente maravilhosa. Enquadramentos bem construídos complementados por jogos de cores saturadas deixaram-me maravilhado. Um filme simplesmente demais!

Filmes que assisti em 2011: Gainsbourg (Vie héroïque) (2010)


Gainsbourg - O Homem que Amava as Mulheres (PT/BR)

Fazer uma biografia de Serge Gainsbourg deve ser realmente algo muito difícil, tamanho os rolos que ele se meteu durante a vida. Entre tantos escândalos o diretor Joann Sfar destacou alguns em uma narrativa um pouco vaga. Talvez um dos problemas do filme está nesse fato de enfatizar alguns pontos da carreira de uma pessoa que produziu tanto.
Mas a obra não tenta ser uma delimitação biográfica pura, já que ela possui todo um ar fantasioso encarnado pela espécie de alterego de Gainsbourg. Trata-se de uma animação computadorizada de uma grotesca caricatura do protagonista, esta ideia é interessante em alguns trechos por causa dos diálogos proporcionados, mas soa um pouco boba no decorrer da obra. Ao menos vale para uma homenagem ao grande francês.

Filmes que assisti em 2011: Cars (2006)


Carros (PT/BR)

Animação engraçadinha onde tudo que existe no planeta são carros. Eu gosto muito de veículos antigos e estes aparecem na história, mas o filme não me agradou tanto. O fato das máquinas substituírem pessoas me deixou incomodado, transformando a obra em um perigoso produto da sociedade contemporânea. Mas fazer o que né? Muitas crianças gostam...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Obra do Woody: Midnight in Paris (2011)

Meia Noite em Paris (PT/BR)

*Sim, pulei totalmente a ordem das postagens sobre os filmes do Woody Allen. O caso é que fui assistir essa obra há duas semanas no cinema do Shopping Bourbon Ipiranga e decidi escrever.

O novo filme do Woody Allen é praticamente um guia sobre Paris. Referências de lugares e pessoas é uma constante na obra que é contada através de uma narrativa encantadora e fantástica. O grande barato da película é que ela faz espectador dialogar com o que vê, fugindo da proposta dos blockbusters com suas mensagens enlatadas. Nada aqui é feito para soar óbvio, mas sim, para trabalhar o cinema como instigador e crítico, como é o caso da negação do presente e exaltação do passado que guia o protagonista no enredo. Meia Noite em Paris é uma obra interessante e bem humorada, a única crítica é que em alguns momentos ela pode soar um pouco boba, mas deixe esse problema para trás...

A Obra do Woody: Hannah and Her Sisters (1986)


Hannah e Suas Irmãs (PT/BR)

Um drama familiar que lembra um pouco a linha utilizada no fabuloso Interiors. Só que em Hannah a história é um pouco mais leve por causa do humor, sendo que este tem uma manifestação separada do restante da história, já que as sequencias engraçadas são feitas exclusivamente pelo personagem que Woody Allen interpreta. O enredo possui divisões em capítulos que lembram a leitura de um romance, criando um ritmo bem interessante para a obra.