sábado, 19 de novembro de 2011

Vendendo Imagens

Uma fotografia é um documento que pode apresentar uma força devastadora em delimitar a aproximação com a realidade em que ela foi executada. A imagem fotográfica na mídia carrega traços ideológicos pesados que transpassam a ideia de uma manifestação autêntica de costumes ou atos. Pegamos jornais e livros onde transbordam cenas disfarçadas, como é o caso das manifestações do homem do campo no interior do Rio Grande do Sul, onde é vendida a imagem criada por um pequeno grupo de pessoas do sujeito viril, inteligente e com indumentárias inventadas. A exclusão da realidade humilde e difícil de diversas famílias e o passado escravista de diversos "coronéis" ficam devidamente camuflados. Falo isto pelo motivo de achar um saco o que certa grande rede midiática aqui do estado compra e chamada de "cultura tradicionalista", transformando-a apenas como um mero instrumento ideológico de alienação do público ao vincular sua figura com as raízes do povo gaúcho.

domingo, 6 de novembro de 2011

Filmes que assisti em 2011: Narradores de Javé (2003)

Filme brasileiro que conta com diversos populares "interpretando" personagens. A história é centrada na pequena cidade de Javé, onde a população busca registrar sua história com o intuito de salvar a região de seu fim devido a construção de uma barragem, tando como base os fundamentos das políticas de tombamento histórico. A obra tem um pouco de humor por causa dos "desencontros históricos" que os moradores possuem sobre seus antepassados, mas chega certo ponto que fica cansativo, onde os xingamentos soam forçados. Mas Narradores de Javé é uma obra que qualifica-se por apresentar um enredo diferenciado dentro da cena brasileira de cinema.

domingo, 11 de setembro de 2011

A Obra do Woody: You Will Meet a Tall Dark Stranger (2010)


Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos (PT/BR)
Comédia que acaba quebrando um pouco o ritmo de obras interessantes produzidas por Allen nos últimos anos. Achei que este filme no fundo apresenta um pouco daquelas histórias sem brilhantismo executadas por ele no final da década de 90. Ainda bem que Meia Noite em Paris dá uma levantada na moral.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Filmes que assisti em 2011: Rise of the Planet of the Apes (2011)

Planeta dos Macacos: A Origem (PT/BR)
Antes de mais nada deve-se citar o fato de Planeta dos Macacos possuir animações bem realistas, onde vários símios possuem traços impressionantes. Passado este formidável detalhe, devo apontar o filme como uma daquelas obras em que até a metade você assiste de boa. A historia baseia-se na engenharia genética como método para um macaco (César) conseguir aumentar seu raciocínio. Só que problema reside na maneira como ele consegue comunicar-se com outros macacos da trama (que não foram modificados). Existe ainda uma cena que deveria ter um grande impacto, mas acabou gerando gargalhadas em alguns espectadores. Talvez se ignorar um pouco esses deslizes sobre a inteligência dos outros animais, poderia ter ficado uma obra bem melhor.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Whatever Works (2009)


Tudo Pode dar Certo (PT/BR)
Este é um filme que mostra como Woody Allen ainda pode fazer comédias boas e reflexivas. Esqueçam o besteirol forçado apresentado por ele no final dos anos 90 já que aqui o humor mais intelectualizado volta com tudo. Boris (interpretado pelo antológico Larry David) é um dos personagens mais complexos já criados pelo cineasta, sendo ele um super pessimista que vê o resto da humanidade como intelectualmente inferior. É interessante a característica altamente desoladora que o protagonista tenta apresentar ao espectador, de uma maneira literal já que existem diálogos voltados para o público, mas dentro dessa onda negativa surge sempre alguma esperança escondida. E a obra ainda tem um sarcasmo enorme que critica diversas instituições sociais.

A Obra do Woody: Vicky Cristina Barcelona (2008)

Filme bem legal naquela típica onda de Woody Allen em criar relacionamentos amorosos diferentes e com pessoas neuróticas. Podemos qualificar a obra como uma típica comédia do cineasta, só que esta tem uma certa singularidade perante outros trabalhos de tempos passados. Podemos perceber que alguns personagens tem transtornos sentimentais caricatos, mas em nenhum momento eles perdem a dose de realismo necessária na composição e envolvimento da história. Vicky ainda aborda de uma boa maneira o uso de dois idiomas (espanhol e inglês) demonstrando um roteiro primoroso.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Cassandra's Dream (2007)

O Sonho de Cassandra (PT/BR)
Filme simplesmente foda! Woody Allen volta a destilar seu lado pessimista em um drama pesado sobre até que ponto as pessoas podem agir e as consequências de suas atitudes. A grande aflição da história reside no fato de dois irmãos, um com sonhos para mudar a vida e o outro com dívidas de jogo, aceitarem uma proposta de cometerem um homicídio em troca de auxílio financeiro oferecido pelo tio. O tom de tormento psicológico e o clima de suspense (criado através de uma ótima trilha sonora) deixam o espetador aflito nas cenas finais de uma maneira muito interessante. Cassandra é um título imperdível para quem gosta de uma historia bem construída e angustiante.

A Obra do Woody: Scoop (2006)

Scoop - O Grande Furo (PT/BR)
História que mistura estilo policial com humor. O filme é simplesmente bobo, só o trecho final apresenta algum ingrediente interessante. Até o lado sobrenatural da obra soa bem cansativo e fraco. Para destacar, o personagem de Woody Allen (Sid Waterman) é um dos mais carismáticos já feitos pelo cineasta.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Match Point (2005)


*Filme assistido em 2010
Match Point é uma filme revigorante na carreira de Woody Allen. Após uma sequência de obras menores que apostavam em um humor um pouco cansativo, fase esta iniciada desde o lançamento do fraco Celebridades em 1998. Aqui o cineasta faz uma surpresa ao apresentar um drama diferenciado, onde a temática do acaso é elencada através de diversas reviravoltas na trama. A obra apresenta uma história de traição muito incomoda, já que lida com sentimentos profundos provocados pelas duas mulheres (esposa e amante) e no fato do protagonista ser um sujeito que apenas aproveita-se das pessoas. Nem preciso falar que é uma obra altamente recomendada.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Melinda and Melinda (2004)


Melinda e Melinda (PT/BR)
Interessante construção calcada em uma história que é contada por dois narradores, sendo que um representaria a tragédia e a outro a comédia. Allen busca apresentar uma análise sobre qual ponto de vista a vida pode ser encarada, demonstrando bem como foi sua carreira, atentando temas sobre a angústia existencial com humor. O filme é legal por ter este lado inovador, mas alguns trechos ficam confusos, deixando-o um pouco cansativo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Anything Else (2003)

Igual a Tudo na Vida (PT/BR)
Outro filme bem mais ou menos na carreira de Woody Allen, sendo que o cineasta é uma espécie de anexo dentro da trama, salvando-a com suas frases e filosofias de vida. O protagonista (interpretado por Jason Biggs) não agrada com a sua atuação pouco inspirada, talvez por isso as falas com o espectador funcionem melhor do que a maioria dos diálogos. Talvez a única vantagem desta obra é a de explorar um pouco o niilismo que Allen tanto gosta.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Hollywood Ending (2002)

Dirigindo no Escuro (PT/BR)
A história de uma super produção cinematográfica onde o diretor acaba ficando cego durante toda a sua produção e filmagem. Allen traça novamente uma obra que deve refletir muito em sua vida, com uma crítica para Hollywood. O filme é engraçado mas acaba, novamente, perdendo o fôlego no desenrolar do enredo através de várias piadas forçadas. A película engana pois faz o espectador pensar que ela seguiria uma onda como dos antigos filmes, calcados em diversas referências e com o humor "mais discreto", mas ao final, acaba sendo bem melhor que os dois trabalhos anteriores (O Escorpião de Jade e Trapaceiros).

A Obra do Woody: The Curse of the Jade Scorpion (2001)

O Escorpião de Jade (PT/BR)
Filme bem leve de Allen. Uma história policial misturada com o suposto romance entre duas pessoas que se odeiam. Também tem o característico toque de humor, mas como acontece em Os Trapaceiros, a comédia aqui não chega perto de outras obras de décadas passadas do cineasta. Penso que Escorpião de Jade é uma película não muito inspirada, já que quando pensamos em Woody Allen, temos em mente alguns características marcantes. Uma obra apenas razoável.

A Obra do Woody: Small Time Crooks (2000)


Trapaceiros (PT/BR)
Comédia estilo pastelão protagonizada e dirigida por Woody Allen. A história é sobre um grupo de assaltantes burros que acabam se dando bem ao criar franquias de uma loja de biscoitos. O filme é engraçado de uma maneira um pouco mais simples que o usual, ao fazer uso de piadas mais diretas. Uma pena só que esse ritmo não consegue manter-se durante toda a obra, mas vale a pena para dar umas boas gargalhadas.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Sweet and Lowdown (1999)

Poucas e Boas (PT/BR)
Obra feita no formato de documentário para contar a história de um guitarrista de jazz no início do século 20. O filme é muito bem executado, sendo que muitas vezes as entrevistas tem um tom realista de programas televisivo. O personagem principal, Emmet Ray, é interessante com todo o seu egocentrismo e amor dedicado à música, conseguindo sair um pouco do padrão de protagonistas calcados na personalidade de Allen. A película acaba sendo uma obra diferenciada na careira do diretor.

A Obra do Woody: Celebrity (1998)


Celebridades (PT/BR)
Típica obra intermediária de uma filmografia. Você sabe, tudo segue em um ordem bem correta com ótimo atores, mas fica somente nisto. Falta sal. O foco da história reside na separação de um casal, onde o homem busca novas aventuras entrando no mundo das "celebridades".

sábado, 20 de agosto de 2011

Filmes que assisti em 2011: Volver (2006)


Segredos podem perseguir e amaldiçoar pessoas durante toda a vida, tornando o passado uma imagem de constante desolação que persegue o indivíduo em seu íntimo. Almodóvar trabalha com isto de uma maneira espetacular, tornando o espectador um cúmplice das historias cruzadas de seus personagens. Volver mostra uma trama desenvolvida praticamente por mulheres, onde a figura masculina tem um papel perturbador e torna-se a gênese dos problemas. Talvez este seja um dos filmes em que o cineasta destrincha profundamente a psique feminina. Eu achei bem interessante o mergulho que a narrativa propõe junto com a maravilhosa fotografia de cores saturadas.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Deconstructing Harry (1997)


Desconstruindo Harry (PT/BR)
Talvez uma das obras mais espetaculares de Allen. Harry é permeado por um humor quase infame que conta a história de um escritor e seus personagens (reflexos das pessoas que conviveram com ele). A obra tem uma boa influência do clássico Morangos Silvestres do Bergman, sendo que aqui o cineasta destila com um vigor impressionante metalinguagem, reflexões filosóficas e suas típicas piadas. Vale ressaltar que a narrativa assemelha-se em muito com o estilo literário de vários contos publicados em livros como o "Sem Plumas" e "Cuca Fundida". Simplesmente obrigatório assistir este filme para entender bem o universo de Woody Allen.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pela Vontade de Vagar Sem Rumo

A cidade e seus recantos constituem a paisagem urbana onde o homem constrói suas interações. Por isso valorizo os momentos em que posso simplesmente vagar pelas ruas observando a realidade social da maneira mais pura e latente. Notar a sociedade que nos cerca deveria ser uma atividade primordial. Mas criamos uma blindagem. Acreditamos na realidade que a imprensa nos vende diariamente com suas histórias e personagens selecionados, criando um imaginário popular fabricado. Não podemos cair na tentação de assimilar as realidades sociais pelos olhos manipuladores de terceiros. A realidade está viva nas ruas e perante nossos olhos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Everyone Says I Love You (1996)


Todos Dizem Eu Te Amo (PT/BR)
Talvez um dos piores filmes já escritos e dirigidos por Woody Allen. Uma comédia-romântica-musical bem fraca e recheada com um elenco invejável. O enredo tem muitas partes fantasiosas, mas não agradam e transparecem momentos bregas. Podemos salvar alguns poucos trechos através dos diálogos interessantes, mas esta obra é uma das mas descartáveis do autor. Também serve para lembrar como Allen já havia feito tomadas em Paris.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Futebol e Mídia

O futebol debocha da nossa população com apoio da grande mídia. Não exite marketing mais letal do que o do meio futebolístico, onde temos horas de programas dedicados a discutir bobagens sobre jogadores e clubes milionários. Enquanto torcedores perdem seus salários pagando ingressos com preços exorbitantes em um local onde é maltratado e muitas vezes sem a estrutura compatível com o volume de público. A alienação midiática é latente, fazendo pessoas agredirem-se por causas enfadonhas, tudo isto já que a imprensa elevou o esporte para um nível tão alto que o indivíduo ama mais o time do que cônjuge, parentes, filhos ou amigos. Nessa cegueira seguimos dedicando nosso capital, tempo e vida achando que a agremiação nos trará felicidade e a sensação de conquista. Outro simples truque dos nossos meios de comunicação na missão de deixar-nos alienados.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Mighty Aphrodite (1995)

Poderosa Afrodite (PT/BR)
Outro filme que demonstra como Woody Allen não é um cara óbvio. A história é marcada pela adoção de uma criança, este com o passar do tempo mostra-se superdotado, fazendo com que o marido procure a mãe da criança secretamente. Ao fazer isto acaba deparando-se com Linda Ash, uma prostituta e ex-atriz pornô. A comédia tem várias tiradas geniais e bem sacanas, mas o que chama a atenção é o coral grego que acompanha o enredo, fazendo uma interessante narrativa e até mesmo diálogos com o protagonista. É claro que este recurso fica cansativo no decorrer do filme (principalmente nas canções) mas acaba transparecendo uma boa experimentação. Poderosa Afrodite é uma obra com um gosto fantasioso bem suave e interessante para o espectador, criando assim uma boa ambiência para companhar histórias que teriam tudo para serem trágicas.

A Obra do Woody: Bullets Over Broadway (1994)


Tiros na Broadway (PT/BR)
Um frustado roteirista de teatro recebe apoio de um mafioso para produzir sua peça, mas em contrapartida ele deverá colocar a mulher do gangster (que não tem talento) como uma das estrelas. Esta é a base para a divertida história em que Allen destrincha a ambição das pessoas em serem reconhecidas. O filme tem ótimas atuações mas com uma quantidade menor dos clássicos diálogos existencialistas do autor, criando uma película bem honesta e acessível dentro de sua filmografia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Manhattan Murder Mystery (1993)


Um Misterioso Assassinato em Manhattan (PT/BR)

Investida de Allen no gênero policial. A trama lembra um pouco o que Hitchcock propunha em seus filmes, onde um personagem tem desconfiança sobre a veracidade de determinado fato, no filme trata-se do inesperado falecimento da vizinha do casal protagonista. A obra não tem grandes diferenciações no estilo que o cineasta já havia proposto em décadas passadas, mas o interessante é o "ar nostálgico" propiciado pela volta de Diane Keaton.

A Obra do Woody: Husbands and Wives (1992)


Maridos e Esposas (PT/BR)
Outra obra que fala sobre os problemas do relacionamento na vida a dois. Aqui a história tem seu início com a declaração de um casal de amigos que está separando-se, fato este que culminará em diversas reações de Gabe e Judy Roth (Woody Allen e Mia Farrow). O filme tem uma interessante construção ao fazer suas cenas com câmera na mão e algumas tomadas como entrevistas documentárias. Nota-se aqui que Allen tentou fazer uma inovação estética que acabou de bom agrado, apoiada em um enredo engraçado e interessante.

domingo, 7 de agosto de 2011

Rabiscar e Marcar

Hoje peguei O Pequeno Príncipe para reler. Estava aqui perdido pela casa, na verdade, trata-se de uma edição que está emprestada há anos, mas o dono ainda não veio pegar. E que boa leitura para se fazer em um domingo. Tanto que até me atrevi a fazer algumas marcações, com lápis, em determinados trechos. Falo isto já que sou muito purista com os meus livros e quase nunca gosto de deixá-los marcados. Talvez por causo disso fica evidente o meu gosto pela Biblioteconomia, onde o material deve ser preservado para não prejudicar leituras futuras.

Só que o ato de ler é tão fascinante e íntimo, que acabamos não agüentando em passar os olhos por tantas idéias e rabiscamos frases e parágrafos. O livro torna-se um pedaço de nosso pensamento cristalizado através das anotações, mostrando a reflexão mais profunda perante as provocações do autor. Por isso, folhear um livro usado ou de uma biblioteca e se deparar com alguns rabiscos é quase como uma pornografia protagonizada por leitores anônimos.

Filmes que assisti em 2011: Hable con Ella (2002)


Fale com Ela (PT/BR)
Almodóvar em Fale com Ela cria uma triste história baseada no amor de homens por mulheres em estado vegetativo. A indiferença das pacientes beira ao desespero, mas é encarada de maneira diferente por cada personagem. Benigno é um enfermeiro que nutre um amor platônico pela bailarina Alicia,enquanto Marco se vê cético com o estado irreversível de sua namorada Lydia.
A trama sozinha já é muito interessante, só que o diretor recheou a obra de construções diferenciadas. Os personagens, que são muito bem interpretados, apresentam uma constante dualidade de sentimentos e atitudes, como o fato dos homens apresentarem um sentimentalismo quase feminino. A fotografia é novamente primorosa com suas combinações de cores. Outro detalhe são as performances teatrais que recriam simbolicamente as expectativas do personagens, tornando Fale com Ela um filme primoroso.

sábado, 6 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Shadows and Fog (1992)


Sombras e Nevoeiro (PT/BR)
Obra com direção e atuação de Allen sendo um interessante filme de suspense misturado com comédia. O local onde tudo se desenrola é durante uma noite obscura, sem nenhuma citação geográfica ou de período histórico. A trama acontece quando moradores do vilarejo se juntam em um grupo para caçar um assassino que ataca em noites com neblina. O grande barato é a fotografia maravilhosa em preto e branco que recria com um brilhantismo único a tensão no ambiente. Outro destaque é o fato da película apresentar boas tiradas humorísticas sem comprometer o resultado final da trama como um todo, tornando Shadows uma obra bem diferenciada.

PS.: O filme é baseado na peça "Morte (Peça em um Ato)" do livro Sem Plumas lançado em Woody Allen em 1975.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Foto do dia 05/08/2011

Yashica 35MF. Uma câmera 35 mm com fotômetro e modo automático funcionando, uma ótima pedida :D

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Obra do Woody: Scenes From a Mall (1991)



Cenas de um Shopping (PT/BR)
Filme muito ruim em que Woody Allen é o protagonista junto com Bette Midler. A história resume-se no fato de um casamento praticamente perfeito se desmanchar no dia em que o marido conta que cometia adultério. A obra é totalmente deslocada do que pensamos sobre Allen, já que seu personagem não tem o humor e os diálogos existencialistas característicos de suas outras obras (lembrando que este filme é dirigido por Paul Mazursky). Sem contar, que é muito estranho uma película tão "americanizada", com toda a exaltação do estilo capitalista. O diretor tentou adicionar um tom crítico, mas não passou de uma simples bobagem calcada em uma fotografia altamente manjada e com enredo repetitivo.

Filmes que assisti em 2011: Hauru no Ugoku Shiro (2004)


O Castelo Animado (PT/BR)
Outra bela animação do mestre Hayao Miyazaki. Temos a critica contra as guerras através de um humor sútil, onde os conflitos são causados por bruxas. O mundo que o diretor cria é deslumbrante com criaturas fantásticas, permeadas por um traço muito bonito e com aspecto antigo. É legal notar também como a história principal é muito bem mesclada com o aspecto social que a obra propõe, fazendo uma boa harmonia para o desenvolvimento da trama

domingo, 31 de julho de 2011

A Obra do Woody: Alice (1990)


Simplesmente Alice (PT/BR)
Filme com temática fantasiosa sobre um uma mulher da alta sociedade que se vê em um dilema pessoal ao começar a gostar de um músico. Simplesmente Alice é um pouco chato, tem uma comédia que não se destaca e acaba caindo mais para o drama. Woody Allen fez ótimas histórias que contém passagens imaginárias, mas nesta obra ele erra a dose, apresentando alguns trechos bem bregas. Mas sempre tem um diálogo ou cena que salvam a obra como um todo, mas em se tratando do diretor, eu esperava muito mais.

A Obra do Woody: Crimes and Misdemeanors (1989)



Crimes e Pecados (PT/BR)
Jogo de histórias muito bem pensadas onde Woody Allen atua e dirige. Esta obra trabalha com a vida de uma oftalmologista bem sucedido que vive o drama das investidas de sua amante, do outro lado, temos o caso de um documentarista que está fazendo uma obra sobre a carreira de seu cunhado (que ele odeia) lá acaba apaixonando-se pela produtora. As histórias correm em separado, e ao final, existe uma maravilhosa junção. Crimes e Pecados tem uma teoria filosófica magnífica aplicando com brilhantismo reflexão sobre o papel do homem perante o mundo e suas atitudes como formadoras do caráter.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: New York Stories (1989)


Histórias de Nova Iorque (PT/BR)

Um filme com três histórias distintas, cada uma dirigida por um dos grandes cineastas americanos: Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Woody Allen. A análise da obra acaba por ser feita através da divisão por capítulos, já que cada um é uma amostra distinta desta compilação.

O primeiro é Life Lessons dirigido por Scorsese. Apresenta a história de um pintor que é apaixonado por sua assistente, mas ela não quer mais saber do relacionamento e pretende largar a pintura e voltar para a sua cidade natal. Essa história é interessante com tomadas bem legais, mas tem na trilha sonora oscilando entre boa e ruim, o que atrapalha um pouco. Mas o enredo as vezes pega um tom meio brega.

Life Without Zoe é dirigido por Coppola e tem o roteiro feito em parceria com a sua filha, e futura cineasta, Sofia Coppola. Esta é disparada a obra mais chata entre as três, apresenta a história de uma garota rica e a reaproximação de seus pais. O enredo é realmente para sair um pouco da seriedade e apresenta um humor bem sutil, mas realmente não me agradou.

Terceiro e último é o Oedipus Wrecks de Woody Allen. Aqui temos o cineasta atuando com a volta do seu humor peculiar (já que estava fazendo uma sequência de dramas na época). A história de um homem que é atormentado pela sua mãe que acha que ele não deve se casar com a atual noiva. Esse daqui é o mais interessante entre os três, com as tiradas inteligentes misturadas com um pouco de crítica social.

Filmes que assisti em 2011: Mujeres Al Borde De Un Ataque De Nervios (1988)


Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (PT/BR)

Filme do Almodóvar que me lembrou muito o estilo do Woody Allen ao misturar drama com comédia. A história é bem bacana onde um cara altamente cafajeste cria todo um ciclo de confusões em torno de 2 mulheres (mulher e amante). O legal é a maneira outros personagens centram-se até que suas histórias se unam, tipicamente aquela faceta de encontros e desencontros. Novamente deve-se destacar a maravilhosa fotografia preenchida por cores super vivas, um espetáculo!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: 1,99 - Um Supermercado Que Vende Palavras (2003)



Filme do brasileiro Marcelo Masagão que é um grande crítica para o consumismo de nossa sociedade. A história é situada quase que integralmente em um supermercado onde os produtos são brancos com frases afixadas em cada um. Com isto, o diretor cria a mensagem toda através de simbolismos sem nenhum tipo de fala entre os atores, tornando a narrativa executada através de frases em produtos e em lugares específicos. Obviamente estamos falando de uma película que tem como característica uma fuga da visão tradicional de cinema, mas só que a louvável mudança acaba por ser extremamente cansativa. Talvez a obra seria mais feliz se fosse concebida como um curta e a trilha sonora deveria ser revista, já que em alguns momentos ela fica insuportável. Creio que Masagão deve ser um cara realmente interessado em apresentar uma narrativa diferenciada e reflexiva, como fez muito bem no ótimo Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos, mas em 1,99 ele errou a dose.

A Obra do Woody: Another Woman (1988)



A Outra (PT/BR)

Trama altamente psicológica elaborada por Woody Allen, em um período que o autor começa a deixar totalmente de lado o humor. A história é centrada na figura de Marion, uma mulher bem sucedida mas que tem problemas com seu passado individualista perante seus conhecidos. Ela começa a fazer uma grande reflexão da vida quando começa a ouvir as depressivas confisões de uma grávida, Hope, no consultório ao lado de seu apartamento. O filme tem um tom bem intimista e até perturbador, já que a busca da reavaliação de velhos erros acaba trazendo um tormento emocional para a protagonista.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: Persona (1966)



Quando Duas Mulheres Pecam (PT/BR)

Uma das obras mais emblemáticas da carreira de Ingmar Bergman, contada através da estranha história de uma atriz que fica muda e da enfermeira que cuida dela. Persona é um denso estudo psicológico sobre o passado como uma armadilha aterradora, que incomoda as personagens. O grande ponto da obra é a característica quase desafiadora ao espectador de delimitar a realidade que é apresentada. Bergman cria passagens que nos questionam até que ponto seria um fato verídico ou uma grande alucinação derivada da narrativa centrada na enfermeira Alma.
O filme possui uma fotografia incrível, delimitada por um estudo de luzes e sombras simplesmente primoroso. O visual além de espetacular, apresenta experimentações interessantes, com colagens de imagens que a um primeiro momento surgem como símbolos deslocados de um contexto. Esta obra apresenta diversos simbolismos que fazem que uma simples assistida não atribua todos os significados que o diretor aplicou na obra, já que podemos pensar Persona quase como um filme "cru". E confesso que ainda não entendi tudo sobre ele.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Jardim Botânico de Porto Alegre



Fico arrependido de não ter ido antes para um lugar tão magnífico. O Jardim Botânico é um recanto maravilhoso que abafa o som da loucura dos carros e da rotina, criando uma atmosfera tranquila e acolhedora.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: Metropolis (1927)

Clássico absoluto do cinema esta obra do alemão Fritz Lang. A narrativa é baseada na história de um futuro altamente desenvolvido pela tecnologia onde uma única pessoa detém os meios de produção. Abastados habitam a superfície de um planeta com naves, ruas e grandiosos edifícios, enquanto que o subsolo é destinado para os simples trabalhadores que servem unicamente para manter o funcionamento das máquinas industriais.
O visual realmente demonstra o fato de Metropolis ser um pérola, já que explorar efeitos gráficos avançados para a década de 20. Atores participam de movimentos mecânicos nas gigantescas máquinas do complexo industrial, criando uma simetria fria e permeada por uma crítica social interessante. A história contestadora por si só já colocaria a obra como um divisor de águas, mas toda a estética que é usada (que passa também pela impecável trilha sonora) tornam um referencial absoluto da sétima arte.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Obra do Woody: September (1987)


Setembro (PT/BR)

Um drama dirigido praticamente como uma peça de teatro por Woody Allen. Trabalho este que lembra muito o estupendo Interiors lançado em 1978, mas com a diferença de que em Setembro a trama acontece dentro de uma casa de verão. O clima é totalmente inspirado na obra de Ingmar Bergman e apresenta poucos personagens em conflitos distintos entre si, em um período de cerca de 24 horas. As atuações são fenomenais e o espaço temporal é retratado através de jogos de luzes conforme o período do dia. O detalhe é que a obra é um tanto parada demais, sendo assim, ela pode cansar fácil (mesmo tendo pouca duração). Mas eu achei bem interessante.

A Obra do Woody: Radio Days (1987)


A Era do Rádio (PT/BR)

Uma obra em que Allen traça a importância do rádio na vida dos estadunidenses durante a Segunda Guerra. O filme desenvolve-se sob perspectiva de uma narrador (a voz do Woody) durante sua infância. A narrativa fica um pouco confusa, já que ela não presa por uma linearidade e desloca-se entre participações de diversos personagens. Mas o que realmente deixa a obra fascinante é como ela retrata , de forma muito bem humorada, o fascínio imaginativo que o rádio proporcionava em uma época ainda sem muitos televisores espalhados pelo mundo.

domingo, 17 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: 9 1/2 Weeks (1986)


9 1/2 Semanas de Amor (PT/BR)

Esperava bem mais desse filme, já que a trama que em um primeiro momento parece interessante, acaba tornando-se em um jogo brega de sedução. Atuações toscas e aquele ar de produções padrões do cinema americano de 1980. O interessante é a sequencia final.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Filmes que assisti em 2011: La Notte (1961)



A Noite (PT/BR)

Outro clássico do diretor italiano Michelangelo Antonioni. É muito interessante como a história habitua o isolamento entre o casal que protagoniza a obra, com poucos diálogos e frieza entre si. No mais, novamente aqui é retratado o vazio existencial de pessoas na sociedade moderna, onde o sentimentalismo é sublimado. O inconveniente é que muitas vezes o filme apoia-se muito no "silêncio" deixando-o um pouco cansativo para o espectador.

Filmes que assisti em 2011: Todo Sobre Mi Madre (1999)


Tudo Sobre Minha Mãe (PT/BR)

Obra estupenda de Almodóvar. Tudo Sobre Minha Mãe é agoniante e realista, tendo como ponto principal a busca de um filho sobre o seu passado, até que uma fatalidade interrompe sua vida. Com isto, somos transformados em terríveis testemunhas do tão sonhado mergulho na história do finado personagem através de sua mãe.
Interpretações fantásticas deixam o filme com um ar sublime. Sentimos todos os dramas dos personagens de uma maneira muito verdadeira. Entendo o fato do diretor saber lidar com a psique feminina, principalmente em relação ao lado maternal. Outro ponto que não posso deixar de citar é a fotografia, simplesmente maravilhosa. Enquadramentos bem construídos complementados por jogos de cores saturadas deixaram-me maravilhado. Um filme simplesmente demais!

Filmes que assisti em 2011: Gainsbourg (Vie héroïque) (2010)


Gainsbourg - O Homem que Amava as Mulheres (PT/BR)

Fazer uma biografia de Serge Gainsbourg deve ser realmente algo muito difícil, tamanho os rolos que ele se meteu durante a vida. Entre tantos escândalos o diretor Joann Sfar destacou alguns em uma narrativa um pouco vaga. Talvez um dos problemas do filme está nesse fato de enfatizar alguns pontos da carreira de uma pessoa que produziu tanto.
Mas a obra não tenta ser uma delimitação biográfica pura, já que ela possui todo um ar fantasioso encarnado pela espécie de alterego de Gainsbourg. Trata-se de uma animação computadorizada de uma grotesca caricatura do protagonista, esta ideia é interessante em alguns trechos por causa dos diálogos proporcionados, mas soa um pouco boba no decorrer da obra. Ao menos vale para uma homenagem ao grande francês.

Filmes que assisti em 2011: Cars (2006)


Carros (PT/BR)

Animação engraçadinha onde tudo que existe no planeta são carros. Eu gosto muito de veículos antigos e estes aparecem na história, mas o filme não me agradou tanto. O fato das máquinas substituírem pessoas me deixou incomodado, transformando a obra em um perigoso produto da sociedade contemporânea. Mas fazer o que né? Muitas crianças gostam...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Obra do Woody: Midnight in Paris (2011)

Meia Noite em Paris (PT/BR)

*Sim, pulei totalmente a ordem das postagens sobre os filmes do Woody Allen. O caso é que fui assistir essa obra há duas semanas no cinema do Shopping Bourbon Ipiranga e decidi escrever.

O novo filme do Woody Allen é praticamente um guia sobre Paris. Referências de lugares e pessoas é uma constante na obra que é contada através de uma narrativa encantadora e fantástica. O grande barato da película é que ela faz espectador dialogar com o que vê, fugindo da proposta dos blockbusters com suas mensagens enlatadas. Nada aqui é feito para soar óbvio, mas sim, para trabalhar o cinema como instigador e crítico, como é o caso da negação do presente e exaltação do passado que guia o protagonista no enredo. Meia Noite em Paris é uma obra interessante e bem humorada, a única crítica é que em alguns momentos ela pode soar um pouco boba, mas deixe esse problema para trás...

A Obra do Woody: Hannah and Her Sisters (1986)


Hannah e Suas Irmãs (PT/BR)

Um drama familiar que lembra um pouco a linha utilizada no fabuloso Interiors. Só que em Hannah a história é um pouco mais leve por causa do humor, sendo que este tem uma manifestação separada do restante da história, já que as sequencias engraçadas são feitas exclusivamente pelo personagem que Woody Allen interpreta. O enredo possui divisões em capítulos que lembram a leitura de um romance, criando um ritmo bem interessante para a obra.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

JonasRS Vlog #35: Unboxing Holga 135BC & Flash 12MFC

Foto do dia 30/06/2011


Demorou mas chegou minha Holga 135BC com o 12 MFC :D

sábado, 25 de junho de 2011

A Obra do Woody: The Purple Rose of Cairo (1985)

A Rosa Púrpura do Cairo (PT/BR)

* Filme que assisti em 2010 mas fiz questão de rever hoje.

Woody Allen dirigiu e escreveu uma tocante obra que presta uma grata homenagem ao cinema. Esse filme também destaca como o drama é tratado de forma única pelo autor, onde a melancolia ainda pode transparecer um humor interessante e coeso com a trama. A história retrata a vida de Cecília, uma mulher casada com homem desempregado que lhe agride e a usa como "apoio financeiro". Tudo isto em uma sociedade americana afundada na recessão. A personagem frequenta o cinema local de maneira assídua como um meio de deslocar-se da realidade decadente. Até que um dia um dos personagens sai da tela e começa uma aventura com ela.
A trama apresenta todo um lirismo sobre a relação que o cinema pode criar no espectador. Woody Allen cria um filme que caracteriza-se como sendo um discurso aberto para a sua platéia, conforme mergulhamos na história, pensamos também como a sétima arte entra em nossas vidas e serve como motor propulsor para sonharmos em uma realidade melhor. Um clássico absoluto e super recomendado!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

Foto do dia 21/06/2011

Chegou hoje a minha Lomography La Sardina Marathon *.* Foi lançada mundialmente semana passada e é uma linda grande angular.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A Obra do Woody: Broadway Danny Rose (1984)

Outro filme diferente do Woody Allen. Nesta obra toda o enredo narrado de maneira nostálgica por um grupo de amigos sobre Danny Rose, um produtor underground que agenciava artistas sem talento. Existe as já características pitadas de humor (principalmente por causa do envolvimento da máfia italiana na trama), mas através dos personagens decadentes e da pesada fotografia em preto e branco, a película acaba transpassando uma atmosfera mais intimista do que poderia-se imaginar. Esta fusão cria um resultado que fica estranho, mas cativante para o espectador mais atento.