Primeiro filme que assisto de Godard. Ele trata de uma espécie de cidade perdida em um futuro onde todas as pessoas são controladas pelo computador Alpha 60. Lá o detetive Lemmy Caution (que vive em uma espécie de outro extremo do planeta) é mandado para lá na tentativa de convencer um dos ciêntistas que mantém o Alpha a destruí-lo. Só que chegando em Alphaville ele em vê em um lugar opressor onde pessoas são como robôs, elas não possuem nenhum tipo de sentimento e vivem em uma forçada harmonia.
O longa apresenta uma profunda reflexão filosófica de como a sociedade pode transforma-se em um vazio de sentimentos. O papel de mecanização social fica bem caracterizado como crítica aos regimes facistas de épocas negras da História. Alpha 60 tem controle sobre todos e retira qualquer traço humano dos habitantes, e quem ainda consegue manter uma consciência crítica é morto. O amor, por exemplo, está abolido em Alphaville, fato que faz com que apenas a atração sexual prevaleça entre as pessoas (o enredo lembra muito o clássico livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley).
Em termos de linguagens cinematográfica o filme é um espetáculo. Existe muita experimentação (principalmente na fotografia) e até críticas para o estilo tradicional de fazer cinema. Godard apresenta um clima de film noir, deixando alguns clichês bem espalhafatosos de forma proposital. A história conta com diversas narrações de Alpha 60 (espécie de voz de um homem velho bem arranhada e com efeitos) que chegam a ser engraçadas nos dias atuais, mas mesmo assim soam bizarras.
Achei um filme fabuloso e muito legal por causa do lado experimental que Godard se utilizou. A mistura do enredo interessante e altamente crítico com estranheza da produção da película, transformam Alphaville em um clássico absoluto.
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