Concorrendo na categoria melhor documentário do Oscar. O filme é dirigido por Banksy, um dos maiores nomes da street art, apresenta como funciona o respectivo mundo e seus artistas. Para fazer isto contou com o apoio das filmagens amadoras elaboradas pelo francês Thierry Ghetta durante anos acompanhando diversas pessoas do meio.
Tudo isto está ok, só que Exit Through the Gift Shop não é apenas um simples documentário. Thierry Ghetta era dono de uma loja de roupas que tinha como hobby filmar tudo o que fazia. Segundo o filme, ele seria parente de um renomado artista de rua: Space Invaders. Ghetta começa a filmar as ações do familiar e toma gosto pela coisa, conhecendo e acompanhando outros artistas. Durante o período ele torna-se admirador de Banksy e sonha em poder filmá-lo. Um dia consegue uma brecha para documentar o trabalho do praticamente lendário inglês, Banksy toma confiança e acabam tornando-se amigos
Banksy admira o fato de Ghetta ter gravado diversas horas com artistas do street art trabalhando e recomenda que transforme o material em um documentário. O trabalho fica uma porcaria e Banksy decide que ele próprio irá pegar as fitas e produzir algum material em cima delas, em uma espécie de contraposição, encoraja Ghetta a tornar-se um grande artista e criar obras. O francês acha uma boa ideia e produz uma bem sucedida exposição em Los Angeles com o pseudônimo de Mr. Brainwash.
O filme pode ser dividido em duas partes: nas filmagens de Ghetta e a outra mostrando o nascimento da exposição de Mr. Brainwash. O evento organizado pelo francês representa a crítica que Banksy queria, ao apresentar o mercado da arte como algo extremamente fútil, já que da noite para o dia as obras de Ghetta (com estilo descaradamente copiado de Andy Warhol) são vendidas por grandes cifras e atraindo milhares de curiosos por causa do marketing. Ainda com o alarmante fato do artista não produzi-las, apenas tem as ideias e solicita que assistentes a executem.
O fato de Banksy encorajar Ghetta para transformar-se em Mr. Brainwash e tudo dar tão certo, faz pensar que carreira artística do francês é uma simples farsa. Se isto for a verdade, Banksy não fez um documentário, mas mais um dos seus famosos "ataques", enganando críticos de arte, público e compradores. Mas se tudo que está no filme é verdadeiro, torna-se clara a noção de artificialidade do mercado da arte da mesma maneira. Qualquer uma das suposições coloca Banksy como um belo crítico do sistema atual das galerias de arte (e até certo ponto, um "troll"). Grande película!